Para Os Meus Anjos da Guarda

Poema de João Sampaio, recita Luiz Carlos Borges. Trilha incidental Milonga Para João Sampaio de Luiz Carlos Borges.

Sonhei que um anjo veio
Me visitar no galpão
Chegou do céu a cavalo
Com uma estrela em cada mão...
Era um anjo musiqueiro
( Com algo de índio no olhar...)
Que deu um assobio tristonho
Antes de bater e entrar...
Tinha uma gaitinha de boca
(Que limpou para tocar...)
Um som celestial divino
Que era um suave milonguear...
Cheguei ver Deus nessa hora
Com Sua magia Suprema
Entrar pela mesma porta
Já recitando um poema...
Acordei com um relincho
E um canto de galo no oitão
O vento tocando milonga
E uma estrela em cada mão...
( Meu corpo está envelhecendo
E em algum lugar do meu eu..
Mora uma alma de anjo
Purinha como nasceu... )
Seguido o anjo do céu
Feito um índio querubim
Vem matear com esse outro
Que mora dentro de mim...
Um assobia pro outro
( E depois de eu adormecer...)
Vão pro galpão do meu sonho
Brincarem de se esconder...
Por isso eu depois acordo
Ébrio de céu e de luz
Saio pro campo a cavalo
E abro meus braços em cruz...
Sinto que andam comigo
Em cada manhã aqui no chão
Dois anjos que zelam por mim
E me cuidam como irmãos...
Vão assobiando milongas
Pela m’ia boca de peão
Esses anjos musiqueiros
Que eu tenho no coração...
Sei que os meus anjos-da guarda
Nunca vão me abandonar
Um chama os que estão dormindo
(Cada vez de camperear...)
Co’aquela gaitinha de boca
Que limpa antes de tocar...
E quem sabe uma noite dessas
(Depois que eu adormecer...)
Venha o Menino Jesus
( Que lindo que isso ia ser!)
Brincar no galpão do meu sonho
Com eles de se esconder...
Brincar no galpão do meu sonho
Com os anjos de se esconder...

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